Lá fora chove, como se o mundo chorasse…
Fecho os olhos e respiro a música que paira no ar.
Apetece-me apenas ficar assim… fingindo que sou outra que não eu…
Não é isso o teatro?
Lá fora chove, como se o mundo chorasse…
Fecho os olhos e respiro a música que paira no ar.
Apetece-me apenas ficar assim… fingindo que sou outra que não eu…
Não é isso o teatro?
Pouca terra, pouca terra, o comboio vai parar
e nós a ver o mar
Pouca terra, minha terra, muita terra por andar
e nós a ver o mar
Sempre a ver navios lá ao longe a passar
a caminho do horizonte
Como se o destino nunca fosse chegar
ou não se lembrasse da gente
Barlavento, sotavento, cataventos a soprar
e nós a ver o mar
Pouca terra, pouca terra, terra à vista de alcançar
e nós a ver o mar
Sempre a ver fantasmas lá ao longe a espreitar
brumas, nevoeiros, tormentas
Hoje é maré alta, amanhã vou zarpar
lua cheia quebra o encanto
Sebastião ali sentado à beira mar
Sem ver o mundo a mudar
Sebastião olha o ditado popular
Antes desengano que andar enganado
Pouca terra, pouca terra, falta pouco para chegar
e nós a ver o mar
Passatempo, contratempo, o mau tempo há-de acabar
e nós a ver o mar
Sempre a ver navios lá ao longe a passar
no oceano do esquecimento
Preso nas muralhas de castelos no ar
em memórias de desencanto
Sebastião ali sentado à beira mar
Sem ver o mundo a mudar
Sebastião olha o ditado popular
Antes desengano que andar enganado
Onde andará esse mar, nunca dantes navegado
Onde foi a nau que lutou, porque sonha o outro lado e não voltou...
Antes desengano que andar enganado
Sebastião ali sentado à beira mar
Sem ver o mundo a mudar
Sebastião olha o ditado popular
Antes desengano que andar enganado
Pouca terra, pouca terra, o comboio vai parar
e nós a ver o mar
[Xaile]